Entre todos os selos fundados por negros, nenhum é mais lendário e conceituado que o Strata East. Fundado pelo trompetista Charles Tolliver e pelo pianista Stanley Cowell, em 1971, a quantidade de álbuns inovadores que a gravadora lançou é impressionante. A começar pelo primeiro disco, Music Inc., uma big band moderna e explosiva com vários dos músicos que lançariam seus trabalhos pela Strata East ao longo dos anos. A gravadora apostava em um som que ia do post-bop, passava pelo spiritual jazz, o free jazz, o afrojazz e chegava até sonoridades latinas em alguns de seus discos. Muitos dos músicos que passaram pelo selo já possuíam nome estabelecido no cenário, como os saxofonistas Pharoah Sanders, Clifford Jordan e Charlie Rouse e a organista Shirley Scott. Muitos outros, porém, aparecerem com trabalhos surpreendentes pela primeira vez no catálogo da gravadora, que teve como grande hit o disco Winter In América (1974), do músico, escritor e ativista Gil Scott-Heron junto com o pianista Brian Jackson.
“Acho que toda a fundação e alma da música mundial são de origem ‘negra’. Os selos só estavam no lugar certo , na hora certa ”
Lançar um nome como Heron demonstrava que a Strata East tinha, além da função musical, uma preocupação política e de afirmação do negro na sociedade americana. É difícil destacar alguns poucos trabalhos em um celeiro tão bom e produtivo, mas qualquer um dos discos dos fundadores do selo, bem como Black Capra (de Billy Harper), Mutima (de Cecil McBee) e In Harmony (de Weldon Irvine), merecem atenção. Atualmente, grande parte do catálogo do selo – que ainda existe), foi licenciado para ser lançado em CD.
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